Conversar sobre diversidade na infância é tudo de bom!
É importante tratar todas as crianças com bondade, carinho e respeito.
O Brasil tem uma das populações mais miscigenadas do mundo, sabia? Dessa forma, o tema diversidade se tornou parte essencial de discussões nas escolas e até nos locais de trabalho, afinal ela está em todos os lugares e em todos os momentos. E a gente sabe que tem essa dúvida aqui: como conversar com as crianças sobre o assunto?
Ensinando, claro! E pode sorrir com tranquilidade, pois a Leka e o Leko elaboraram este pequeno manual de como abordar essa pauta com seus filhos, de um jeito acessível e afetivo.
Aaaaaa, antes de começar: pais e educadores são vitais para contribuir com essa pauta! Justamente porque a influência da diversidade no cotidiano permite que a garotada explore os arredores com mais curiosidade, autoconfiança e gentileza. Aliás, se abram para o sentimento de pertencimento e inclusão, essenciais na infância.
É importante explicar para eles o que é diversidade, mostrando que as diferenças existem, mas que não tornam uma pessoa melhor ou pior que a outra. Um primeiro exercício é a observação da natureza, como ir a um parque com a galerinha, apresentando as diferentes cores, formas e tamanhos. Vem com a gente!
1) Aprendendo com a mídia
A diversidade está presente nos filmes, nas séries e na publicidade. E é válido que os pais prestem atenção nas mídias que os filhos andam consumindo, hein? A Leka e o Leko têm exemplos recentes para deixar os corações quentinhos e iniciar essa conversa: a campanha da Faber-Castell que lançou a linha Caras & Cores (que celebra uma variedade de tons para desconstruir o termo “cor de pele”) e algumas iniciativas dos estúdios Marvel (como “Homem-Aranha no Aranhaverso” e “Miss Marvel”, com protagonistas não-brancos e perfeitos para a turminha teen da Molekinha e Molekinho). E animações que revelam meninas independentes e que querem salvar o mundo (“Moana - Um mar de aventuras”) e famílias de origem latina e chinesa (“Encanto” e “Red - Crescer é Uma Fera”).
A Molekinha e o Molekinho também tratam com carinho a questão da diversidade, como revela sua atual campanha. Materiais recentes da marca ganharam a companhia de dois personagens incríveis, os irmãos Kaká e Kaio, que curtem estar na modinha, inventam brincadeiras e defendem o meio ambiente. Eles aparecem em publicações como o Pinte e Brinque, baixe aqui (OBS: incluir como link material Pinte e Brinque com a Kaká e Kaio)
Assistam também: Dúdú e o Lápis Cor da Pele e Que cor é a minha cor?
Durante a sessão pipoca, pontue caracterizações negativas e pergunte por que são injustas ou erradas (esclarecendo em seguida). Explique o significado de racismo e como tem um efeito negativo em nossas vidas. Evidencie que representatividade importa. O audiovisual, além de garantir descontração, traz oportunidades valiosas de ensino sobre diversidade.
2) Aprendendo com a leitura
A criançada é introvertida? Ou a mamãe e o papai que é? Nesse caso, sabemos que ler é mais interessante que assistir a um filme, mas os esquemas de ensino se assemelham (basta seguir o que orientamos no tópico acima). Escolha livros inclusivos, mesmo sem uma discussão pré-planejada. O que vale é ler juntinhos!! Dê preferência aos títulos com representatividade de etnia, cultura, gênero e corpos. Inclusive, com ilustrações, óbvioooo, o jeitinho lúdico de entrar no universo da diversidade com leveza e máxima atenção.
Se as pessoinhas não gostarem tanto de ler, há vários vídeos no YouTube que estimulam uma leitura visual. E temos dicas: A História da Menina Bonita do Laço de Fita, O cabelo de Lelê, Amoras, O Amigo do Rei, O pássaro encantado, Abaré, Falando Tupi. Outras opções: disponibilizar brinquedos com características físicas diversas (tipos de pele, perfis físicos e culturais) ou promover um passeio para mostrar a diversidade entre as crianças.
3) Aprendendo com a história do Brasil
Honestidade é a palavra-chave! E o conhecimento em doses também, já que seu filho de 5 anos pode não ser capaz de lidar com algumas verdades sobre a nossa história da mesma forma que seu filho de 15 anos. De maneira geral, não subestime a inteligência dos pequenos, pois, hoje, eles estão conectados e atentos ao que rola online e na vida real e oficial.
Não tem como escapar da nossa história, pois é a partir dela que somos inspirados a realizar mudanças positivas. Verdade, verdadeira! Com isso em mente, é possível respeitar o ritmo de cada um. Fale sobre os ??momentos sensacionais do Brasil e não hesite em abordar os tópicos complexos que afetaram outros povos, como os indígenas. Oriente-os sobre ambos os pontos de vista, pois contribuirá para formar adultos resilientes, zelosos e gentis, que falem por si e pelos outros, e que sejam preocupados com o bem-estar das pessoas fora do círculo comum.
4) Aprendendo com a curiosidade
Não há dúvidas que a garotada adora pegar os pais desprevenidos – aquele famoso instante de tela azul, que fica na cara a confusão. Volte 10 casas, mas não fuja! Saiba que você, como responsável, tem total liberdade de dizer que pensará mais sobre o que foi questionado a fim de dar uma resposta informativa. Nada de inventar na hora, hein?
Também se educa ao conversar com eles sobre comportamentos indesejados, como testemunhar seu filho julgando quem não tem a mesma aparência. Ou então, prestar atenção em situações de bullying que, infelizmente, saem do controle. Os dois casos rendem o famoso #peraí! Para tudooooo!! E o adequado é não repreender, mas mostrar o certo e o errado ao ensinar a criança a se colocar no lugar de quem recebe comentários ofensivos, sinalizando o quanto cada pessoa é incrível, independentemente de seu físico, crença, gênero ou etnia, e que cada singularidade enriquece e engradece o mundo em que vivemos.
Converse com naturalidade, ouvindo seus relatos, incertezas e julgamentos. Não deixe de fazer perguntas sobre possíveis preconceitos e crenças que não são saudáveis.
Tem mais! Procure buscar ambientes para brincadeiras, em que as pessoas possam conviver com a diferença, que as integrem e compreendam o limite de cada um.
5) Aprendendo com bons exemplos
Esteja ciente de que as crianças estão de olho em você como um modelo a ser seguido. Atualize-se constantemente sobre diversidade e inclusão para que as respostas sejam sempre solidárias, empáticas e honestas. É importante fazer uma reflexão como cada adulto da família lida com as diferenças e, caso necessário, repensar suas atitudes. Ao se tornar um papo de rotina, elas contarão com você para buscar apoio. E tem esse bônus fofo demais: elas se sentirão mais animadas para se conectar com os coleguinhas, saber de suas jornadas, por perceberem e aceitarem as diferenças. Spoilers de grandes amizades vindo aí!!
Além de pessoas próximas, é bacana também falar sobre exemplos de outras pessoas reais, que protagonizaram momentos relevantes a favor do direito e da igualdade, e que contribuíram para a aceitação e o respeito à diversidade.
Essas pessoinhas estão crescendo em um mundo diversificado! Por isso que a compreensão e a capacidade de incluir auxiliam no processo de crescimento e amadurecimento. Ainda mais porque é um aprendizado contínuo, para diferentes fases da vida. Tendo nosso apoio, amor e respeito, crescendo em um ambiente harmônico e respeitoso, a galerinha não só fica preparada, mas soma ao pedir por mais representatividade em todos os lugares. E tem algo mais daora que incluir a turma toda?
Por fim, deixamos outra dica esperta: seja proativo e, assim, a família construirá uma consciência positiva sobre a diversidade. Vamos nessa?